-
Luz sobre o Workshop de Introdução à Astrologia Védica e novo Curso de Fundamentos de Jyotish
No passado dia 8 de Dezembro, tive o privilégio de orientar um Workshop de Introdução à Astrologia Védica, no Centro Arsha Vidya, a convite do Professor Paulo Vieira.
Foi uma bênção ter tido a oportunidade de partilhar um bocadinho deste conhecimento milenar, tão especial para mim, com um grupo de pessoas muito motivadas e interessadas nesta aprendizagem.
O objectivo principal deste encontro, para além de abordar temas essenciais e introdutórios, foi revelar a magia da astrologia védica e como através dela conseguimos trazer luz às nossas vidas, através de insights preciosos acerca do funcionamento dos nossos karmas pessoais.
Foi um encontro de partilhas pessoais, de risos e curiosidades, que despertou a vontade de conhecer mais acerca deste conhecimento tão nobre.
Desta forma, e porque o conhecimento da astrologia nos permite entrar em contacto direto com a luz e sombra da nossa vida, permitindo uma clarificação e aprofundamento do nosso propósito, considero que, como uma ferramenta de autoconhecimento, será muito importante o aprofundamento do seu estudo, para todos os que querem um maior e melhor entendimento.
Assim, irei orientar, a partir de fevereiro, um curso de fundamentos da astrologia védica ( jyotish).
Será um curso com duração de seis meses, em formato presencial, no Centro Arsha Vidya. A proposta será um encontro mensal de 6 horas de formação ( ao sábado). Será um curso com um total de 36 horas, no qual abordarei as bases/fundamentos do jyotish, essenciais para quem quer iniciar uma viagem de autoconhecimento surpreendente. Ao longo de toda a formação, serão utilizados inúmeros exemplos, sendo que, o foco, será a utilização e aplicação no mapa pessoal de cada participante.
O bilhete para esta viagem é só de ida…..depois de começar, ninguém quer regressar…..
Vens?
Inscrições através do email: info@vedanta.pt
Maria João Coelho
-
आयुर्वेद – Dicas para o bem-estar no inverno
À medida que o inverno nos envolve, a natureza abranda, convidando-nos a refletir, descansar e rejuvenescer. O āyurveda enfatiza o alinhamento com o ritmo da natureza para uma saúde ideal, fazendo do inverno um momento ideal para nutrir o corpo e a mente.
Harmonia sazonal em Ayurveda
O sistema de ṛtucharya (regime sazonal) do āyurveda ensina-nos a ajustar o nosso estilo de vida e dieta de acordo com as estações do ano. O inverno, uma época com predominância de kapha, aumenta a estabilidade e a força, mas também pode trazer letargia. Com os devidos cuidados, é uma excelente altura para fortalecer a imunidade, a digestão e a energia.
Aumentar a imunidade no inverno
O āyurveda vê o inverno como uma oportunidade para construir bala (imunidade). Uma digestão forte nos meses mais frios ajuda a absorver alimentos nutritivos. No entanto, alimentos processados ou junk food enfraquecem a imunidade. O ideal é concentrar-se em refeições frescas, quentes e equilibradas, enfatizando os sabores doce, azedo/ácido e salgado.
Alimentos ayurvédicos de inverno
Escolha cereais integrais, temperos quentes (gengibre, açafrão, cominhos, cardamomo, canela, etc), legumes cozidos (cenoura, espinafres, rabanete) e gorduras saudáveis. Evite alimentos frios ou crus que viciam o fogo digestivo. Incorpore chás de ervas e especiarias que produzam calor para se manter quente e saudável.
Dicas de estilo de vida para o inverno
Descanso: descansar é importante mas evite dormir demais
Actividade: equilibre o peso do inverno com uma actividade física regular.
Gerir o stress: Uma rotina consistente e práticas reflexivas podem reduzir os desequilíbrios de vāta.
Aconchegue-se: Use roupas em camadas para proteger do frio e preservar o calor do corpo.
Exercício
Movimentos de yoga como Surya Namaskar geram calor e melhoram a clareza mental.
Para fazer exercício, alterne entre atividades suaves e vigorosas com base nos seus níveis de energia para equilibrar o vata e o kapha.
O āyuveda diz que nos devemos exercitar diáriamente até 50% da nossa capacidade
Ao adotar estas práticas ayurvédicas, pode transformar o inverno numa estação de restauração, garantindo vitalidade e bem-estar para o ano que se inicia.Ricardo Barreto
Terapeuta de Ayurveda
www.instagram.com/ricardo_ayurveda
Photo by Jessica Lewis on pexels.com -
Bhadrakālī – A Kālī auspiciosa e protetora do dharma
Durante a viagem que fizemos recentemente à Índia com o Professor Paulo Vieira e a Sónia Vilela, tivemos a possibilidade de assistir a um ritual a Bhadrakālī na casa de Ānanda Jyothi, em Kerala.
foto de Ivone que nos acompanhou também nesta viagem. Gratidão, Ivone pela imagem.
Em conversa com uma querida aluna de canto devocional, surgiu a questão de saber mais sobre esta Devī (deidade feminina). E como cada questão leva à necessidade de uma resposta, fui à procura dela para poder trazer clareza sobre este tema.
Bhadrakālī é considerada uma das manifestações mais poderosas e veneradas da deusa Kālī no panteão hindu. Representando a força divina feminina (Śakti), Bhadrakālī é associada à proteção, justiça e destruição de forças malignas. O seu nome, que combina bhadra (auspiciosa) e Kālī (a negra ou a eterna), reflete o seu duplo papel como uma divindade feroz e benevolente.
Bhadrakālī é também vista como uma manifestação distinta da deusa Kālī. Embora haja uma associação direta, Bhadrakālī combina as qualidades destrutivas e transformativas de Kālī com os atributos de proteção e auspiciosidade.
Conta o Markandeya Purāṇa que Bhadrakālī foi criada por Śiva com o intuito de derrotar o demónio Darika, depois deste ter obtido uma dádiva que o tornava imune à morte pelos homens. A batalha feroz e a vitória final de Bhadrakālī realçam o seu aspeto de guerreira divina.
No Devīmāhātmyam (a glória da Deusa), também denominado Durgā Saptashatī entre outros nomes e que faz parte do Markandeya Purāṇa, Kālī, na sua manifestação feroz de Durga, derrota o demónio Raktabija ao beber o seu sangue antes que toque o chão, impedindo a sua regeneração. Esta batalha simboliza a vitória da justiça sobre o mal e o poder transformador da deusa.
Bhadrakālī é reverenciada por toda a India e principalmente nos estados de Kerala, Tamil Nadu e na Bengala Ocidental.
Uma representação de Kālī (por vezes descrita como uma forma de Pārvatī) a atacar Nisumbha com o seu tridente. c. 1740, Museu de Arte de Cleveland
Simbologia
A representação visual de Bhadrakālī destaca-se pela sua ferocidade e é geralmente retratada com várias armas, olhos flamejantes e um semblante determinado, simbolizando a sua prontidão para proteger os seus devotos e destruir a ignorância e o mal. Apesar da sua aparência que pode ser tida como aterrorizante, a sua natureza é compassiva para com aqueles que buscam nela o seu refúgio.
Alguns dos elementos presentes em imagens de Bhadrakālī figuram:
- uma espada que representa o conhecimento divino que destrói a ignorância
- um tridente que simboliza os três aspetos fundamentais: criação, preservação e destruição
- uma maça de armas que transmite poder e força sobre os inimigos
- um disco que representa o ciclo do tempo e a impermanência da existência
- um arco e flecha que simboliza a precisão no ataque às forças malignas
- um laço ou corda que serve para capturar e prender os inimigos
- uma caveira e um japamālā que representam o desapego de desejos materiais e dos ciclos da vida e da morte
Templos Dedicados a Bhadrakālī
Existem vários templos dedicados a Bhadrakālī por toda a Índia, cada um com a sua própria história e rituais. Entre os mais conhecidos, podemos nomear:
- Templo Bhadrakālī em Warangal, Telangana
- Templo Thiruvarkadu Bhagavathy (também conhecido como Madayi Kavu) em Kerala
Uma escultura de madeira do século XVII de Bhadrakālī de Kerala
Rituais e Festividades
A adoração a Bhadrakālī inclui preces ou mantras devocionais, oferendas de flores, frutas, entre outros símbolos referenciais. Durante festivais como o Navarātri, são realizados rituais especiais para invocar a sua proteção, sendo que no sul da Índia, as celebrações incluem danças tradicionais e encenações teatrais que retratam a sua vitória sobre o mal.
Mesmo nos dias de hoje, Bhadrakālī continua a inspirar a arte, a literatura e os movimentos culturais na Índia. É considerada um símbolo de empoderamento feminino e uma figura de devoção espiritual, especialmente entre aqueles que enfrentam adversidades.
Contemplar a Devī e o seu simbolismo é uma prática muito profunda. Deixar que a relação entre o indivíduo e a Devī se estabeleça, permite criar um espaço de transformação e de trazer os seus aspetos para esta individualidade, transmutando o que precisa de ser libertado.
Se a reverenciamos naturalmente ou se precisamos de coragem e força para enfrentar interna ou externamente o adharma, que Bhadrakālī esteja em nós e que nos proteja,
Inês Ritto @ Alma Dádiva
Links e imagens de referência:
https://sanskrit.inria.fr/MW/185.html
https://www.wisdomlib.org/definition/kali
https://en.wikipedia.org/wiki/Bhadrakali
https://rarebooksocietyofindia.org/book_archive/196174216674_10156485389386675.pdf
https://www.astroved.com/articles/story-of-goddess-bhadrakali
https://en.wikipedia.org/wiki/Devi_Mahatmya
https://www.madayikavutemple.org
Nota adicional: palavras em sânscrito e na sua forma transliterada encontram-se em itálico.
-
आयुर्वेद – kāla: o poder do tempo e dos ciclos na saúde
A palavra “kāla” em sânscrito significa tempo. No āyurveda representa a natureza cíclica do tempo, das estações do ano e dos ritmos que governam o universo, bem como o seu profundo impacto na nossa saúde, bem-estar e processos de cura.
kāla: A Dimensão do Tempo no Ayurveda
O āyurveda vê o tempo como uma força integral que influencia todos os aspectos da vida. O tempo não é linear, mas cíclico – marcado pelos ritmos da natureza, como a alternância do dia e da noite, a mudança das estações, as fases da vida e o movimento dos corpos celestes. Nesta estrutura, o Kala afeta tanto o microcosmo (o indivíduo) como o macrocosmo (o universo).
kāla pode ser dividido em duas grandes categorias:
- nityaga – o tempo natural, regular. Refere-se a padrões como as estações do ano, as rotinas diárias, os ciclos de sono-vigília, a digestão, o envelhecimento.
- āvasthika – o tempo condicional, situacional. Normalmente refere-se à doença e aos seus diferentes estāgios
kāla afeta-nos através de vários ritmos:
- dinacharya (Ciclos Diários):
O āyurveda enfatiza uma rotina diária que está em sincronia com os ciclos naturais. Seguindo um horário equilibrado baseado no movimento do sol (do amanhecer ao anoitecer), podemos garantir o bom funcionamento dos sistemas corporais.
- Manhã (vāta): As primeiras horas da manhã antes do nascer do sol estão associadas a um momento de leveza, movimento e energia. Atividades como meditação, exercícios leves e evacuações são recomendadas.
- Meio-dia (pitta): O meio-dia é quando a digestão é mais forte. É a melhor altura para a refeição principal do dia.
- Noite (kapha): As horas da noite são um momento de ancoragem e abrandamento. Atividades restaurativas e refeições ligeiras são ideais.
- Ritucharya (Ciclos Sazonais):
As estações do ano são uma manifestação do ciclo macrocósmico de Kala. O āyurveda divide o ano em dois períodos principais: Adana Kala (o período de perda de energia, correspondente, no contexto da índia, ao final do inverno, primavera e verão) e Visarga Kala (o período de nutrição, correspondente, no contexto da índia, à estação chuvosa, ao outono e início do inverno). Cada estação afeta os nossos doshas (vāta, pitta, kapha) de maneira diferente, e o āyurveda recomenda ajustes na dieta e no estilo de vida para manter o equilíbrio.
- Inverno: alimentos mais pesados e quentes e actividade física mais intensa
- Primavera: alimentos mais leves, secos e quentes.
- Verão: alimentos leves, refrescantes e hidratantes, actividade física moderada
- Outono: alimentos pesados, quentes e nutritivos.
- Fases da vida :
kāla rege também as fases da vida:
- Estágio de kapha (Infância): Esta fase é caracterizada pelo crescimento e estabilidade, com domínio de Kapha.
- Estágio de pitta (idade adulta): O auge da vida, associado à energia, ao impulso e ao metabolismo, governado pelo Pitta.
- Estágio de vata (Velhice): Os últimos anos estão associados ao Vata – secura, mobilidade e enfraquecimento. Durante esta fase, o corpo torna-se mais propenso a condições relacionadas com o vāta, tais como dores nas articulações, secura e inquietação.
Ao compreender estas fases e ajustar o estilo de vida em conformidade, para manter o equilíbrio e a saúde ao longo da vida.
O poder de cura de kāla.
kāla também desempenha um papel na progressão e cura de doenças.
- diagnóstico e prognóstico: os diferentes estágios e sintomas das doenças são baseados em kāla
- tratamento: intervenções e remédios adequados em tempo apropriado são fundamentais para parar a progressão da doença e para iniciar a sua reversão.
Alinhamento com kāla: dicas práticas para o equilíbrio
Aqui estão algumas dicas práticas ayurvédicas para o ajudar a manter-se alinhado com o Kala:
- Siga dinacharya: Estabeleça uma rotina diária consistente que respeite os ritmos naturais. Levante-se cedo, coma a horas regulares e relaxe após o pôr do sol.
- Ajuste de acordo com as estações do ano: Modifique a sua dieta e atividades de acordo com as estações do ano.
- Programe as suas refeições com sabedoria: Faça a sua maior refeição quando o sol estiver mais forte – meio-dia.
- Respeite os Ciclos do Sono: Durma cedo para rejuvenescer e alinhar com o ritmo circadiano.
- Envelheça graciosamente: à medida que avança pelas fases da vida, abrace as qualidades de cada fase, modificando o seu estilo de vida e dieta para apoiar o doṣa
Conclusão: o tempo é remédio
kāla ensina-nos que o tempo é mais do que uma medida – é uma força poderosa que, quando compreendida e respeitada, pode levar a uma cura profunda. Ao alinharmo-nos com os ritmos do dia, as estações do ano e as fases da vida, podemos nutrir o equilíbrio, a vitalidade e o bem-estar. Abraçar os princípios ayurvédicos de kāla permite-nos viver em harmonia com os ciclos da natureza, o que, por sua vez, promove a saúde e a felicidade a longo prazo. Afinal, o tempo é um dos maiores curadores quando aprendemos a fluir com ele.
Ricardo Barreto
Terapeuta de Ayurveda
www.instagram.com/ricardo_ayurveda
Photo by Miguel Á. Padriñán on pexels.com
-
ज्योतिष – JYOTIṢA
Retrogradações de final do ano
Quando um graha se encontra retrógrado (aparentemente a movimentar-se em sentido oposto zodiacal), ele distancia-se do Sol e fica mais próximo da Terra. Neste caso, o fenómeno da retrogradação é considerado um fator de força para o graha. Ele é considerado śākta (forte, poderoso), mas também irreverente, pois um graha retrógrado está associado a um comportamento menos previsível do graha, estando também associado a indecisões e mudanças de direção. Um graha śākta estará mais forte, podendo a sua influência ser potencialmente mais benéfica ou mais maléfica do que quando se encontra no estado de movimento direto.
Neste momento temos os dois grahas mais lentos em movimento retrógrado: Guru (Júpiter) e Śani (Saturno). Será sobre eles que falarei, assim como também de Maṅgala (Marte) que também entrará ainda este ano no seu movimento de retrogradação.
Śani já se encontra retrógrado há bastante tempo, desde 30 de junho e ficará neste estado até dia 15 de novembro, data em que voltará ao seu movimento direto. Até à sua entrada no signo de peixes a 30 de março de 2025, não voltará a ficar retrógrado. Saturno tem estado no seu signo, em aquário, desde janeiro de 2022. Quando entrar no signo de peixes, perderá força pois sairá do seu signo onde apresenta dignidade e ficará sob a alçada de Júpiter, regente do signo de peixes. No entanto, a passagem longa de Saturno por Peixes (cerca de 2, 5 anos) tenderá a ter resultados tendencialmente positivos, visto que Guru (Júpiter) é um benéfico. Mais perto da data, falarei mais sobre este assunto.
Este período em que Śani tem estado retrógrado, temos tido a oportunidade de repensar valores, estruturas e temos assistido, em termos mundiais, a muitos eventos de lutas de poder e a posicionamentos excêntricos e radicais. Até 15 de novembro temos então a oportunidade de nos reorganizarmos, de estabelecermos as nossas prioridades, de planearmos com assertividade e firmeza aquilo que é realmente relevante para nós, quer em termos materiais, quer em termos espirituais.
Śani tem, na maior parte do tempo, transitado ao longo deste período pela nakshatra Shatabhishak que apresenta caraterísticas como individualidade, irreverência e idealismo. O desafio neste ponto é conseguir conciliar a nossa vontade com a vontade do outro, do coletivo, sermos contribuidores para o todo, seguindo assim o dharma universal.
Guru (Júpiter), a transitar o signo de touro até 14 de maio de 2025 quando entrará em gémeos, entrou no seu movimento retrógrado a 9 de outubro e assim ficará até dia 3 de fevereiro de 2025. Como referido anteriormente, os períodos de retrogradação tendem a fortalecer os planetas, pois ficam mais afastados do Sol. O ápice da retrogradação de Guru ocorrerá a 7 de dezembro, quando fará oposição exata ao Sol, pelo que até essa data e desde final de novembro, teremos Guru com a sua força no máximo. Na medida em que Guru está em Touro, é natural que sejamos convidados a repensar a nossa visão acerca de assuntos mais conectados com a nossa segurança física, emocional, financeira, assim como a nossa posição e contribuição para a sociedade, em particular para a sustentabilidade do nosso planeta.
Como touro é um signo associado ao conforto, este período de Guru retrógrado pode ser uma porta aberta para sairmos das nossas zonas de conforto e ir mais além, em termos materiais, e mergulharmos mais fundo nas nossas escolhas em termos de vivência da espiritualidade. Depois de ter estado bastante tempo na nakshatra Rohini, muito ligada ao crescimento e abundância, essencialmente material, Guru transita agora pela nakshatra Mrigasira que lhe confere o potencial de expandir horizontes e de prosseguir a realização em termos espirituais.
Maṅgala (Marte), é outro dos grahas que ficará também retrógrado, desta vez dia 7 de dezembro e até dia 24 de fevereiro. Maṅgala tem transitado pelo signo de gémeos desde final de agosto e entrará dia 21 de outubro no signo de câncer (caranguejo) e neste signo irá permanecer até dia 20 de janeiro, quando volta a retroceder para o signo de gémeos e onde permanecerá até dia 2 de abril, momento em que, já em movimento direto, volta a entrar em câncer.
Em câncer, Maṅgala entra no seu signo de debilitação, no qual tem menor capacidade de expressar o seu potencial. Sendo por natureza um planeta ligado à ação por vezes de forma impulsiva e à coragem, neste signo de água, Maṅgala não se adapta ao caráter emocional que este signo regido pela Lua carrega consigo. Desta forma, Maṅgala pode sentir muito menos energia e menos foco e maior dispersão na ação. Neste signo, Maṅgala é convidado a tomar decisões e a colocá-las em prática, tendo em conta a sensibilidade do assunto e o cuidado com o outro. É um enorme esforço para Maṅgala, que gosta de agir rápido, de forma irreverente e individual. A área do mapa onde temos este signo de câncer, irá ser palco então da ação deste graha, que naturalmente nos obrigará, relativamente aos assuntos dessa área da vida, a agir de uma forma menos egoísta e com maior capacidade de nutrir também a necessidade do outro. Para tal contribuirá a passagem de Maṅgala pelas nakshatras Punavarsu e Pushya, que levarão Maṅgala a ter que se expressar de forma mais amorosa e nutritiva. Poderá haver falta de foco e dispersão na medida em que Maṅgala irá procurar resposta aos seus desejos e anseios, muitas vezes gastando energia em excesso e sem resultados satisfatórios.
Budha ( Mercúrio), já habituado a retrogradações, ficará também retrógrado de 26 de novembro a 15 de Dezembro no signo de escorpião.
Hari Om
Maria João Coelho
-
Gurupūrṇimā (गुरुपूर्णिमा)
Gurupūrṇimā é um dia dedicado a reconhecer, honrar e reverenciar aquele ou aqueles que consideramos os nossos Gurus (Guru (गुरु = गु escuridão + रु dissipa = “aquele que dissipa a escuridão”), sendo celebrado no primeiro dia de lua cheia, após o solstício, no mês hindu de Āṣādha (julho-agosto).
Este dia também é celebrado como Vyāsa Pūrṇimā, o dia em que o sábio Veda Vyāsa nasceu. Além de ser considerado o autor do épico Mahābhārata, o mesmo compilou os Vedas.
Num mundo em que às vezes é difícil discernir o que é um verdadeiro Guru, há características e valores que nos trazem clareza sobre se quem reverenciamos é um verdadeiro Mestre.
É através da sua conduta dentro e fora de aulas, que observamos essa Verdade refletida em cada ação.
Para mim e, acredito que para todos nós, o Professor Paulo tem sido um verdadeiro exemplo dessa conduta dhármica e de expressão do Conhecimento em pequenos e grandes gestos, numa atitude totalmente altruísta, amorosa e assertiva com que, ao longo destes 7 anos, têm permanecido um Norte contínuo nesta Vida.
Nas palavras do querido Swami Sadātmanandaji “ (…) Quando o estudante qualificado vai ter com o professor, o guru definitivamente ensinará. O estudante tem de invocar o guru na pessoa sábia através de uma atitude correcta, seva, etc. e então o ensinamento é dado. Uma pessoa sábia não se considera o guru de toda a gente.
Perguntaram ao Pujya Swamiji Dayānanda uma vez – “Considera-se um guru indiano?”
Swamiji disse – “Não, eu sou um guru em relação aos meus discípulos”.
Sem ar ou complexo sobre ser um jagadguru.
Qual é a atitude do śiṣya (aluno) para com o guru?
A atitude do śiṣya é uma atitude de gratidão pelo ensinamento recebido. Se o śiṣya puder olhar para o guru como uma expressão de Dakṣinamurti, essa é a melhor forma. Caso contrário, pelo menos, olhe para o guru como uma expressão das bênçãos de Iśvara. Pela graça de Iśvara, o guru apareceu na minha vida.
Qual é a atitude do guru em relação ao śiṣya?
O guru não menospreza o śiṣya. O guru olha para o śiṣya com amor e respeito. A sua expressão de respeito é diferente na forma de não tomar nenhuma aula como garantida e de não tomar nenhum aluno como garantido. Nesta atmosfera de amor e respeito mútuos, só assim, este vidyā pode ser comunicado. Quando este vidyā é recebido pelo śiṣya, então também o śiṣya continua a sentir gratidão.” *
Neste dia e nesta tradição, o alun@ demonstra, naquilo que é a sua possibilidade, a gratidão profunda que tem não só pelo Professor, mas por toda a linhagem de Professores e Mestres que mantêm o conhecimento vivo.
Quem sentir dar um donativo neste dia, poderá encontrar abaixo diferentes formas de doação para o Professor Paulo.
https://www.paypal.com/paypalme/paulovieiraom
Mbway – 934867182
https://wise.com/pay/r/14nmP8GjQ778BG8
https://wise.com/pay/r/JFSSYgz_FAk6KKo
https://wise.com/pay/r/dod060suZQH6_AU
Professor Paulo, gratidão infinita por seres uma Presença constante nas nossas Vidas.
Que este profundo agradecimento neste dia e em todos que se seguem seja sentida e refletida em palavra, pensamento e ação.
ॐ श्री गुरुभ्यो नमः |
Inês Ritto
*Excerto retirado e traduzido de uma Palestra do Swami Sadātmanandaji por ocasião das Celebrações do Gurupūrṇimā no AVG, Anaikatti a 3 de julho de 2023.
** Imagens retiradas de: quora.com e tattvavidya.blogspot.com
-
ज्योतिष – JYOTIṢA
Panchāngam
O Panchāngam (ou “Panchanga“) é um termo sânscrito que se refere a um almanaque (efeméride) ou calendário hindu tradicional que é utilizado para determinar datas e momentos auspiciosos para várias atividades. O termo “Panchanga” é derivado das palavras “Pancha” (cinco) e “Anga” (partes), referindo-se aos cinco componentes essenciais que compõem este calendário. Esses componentes são usados na astrologia védica para realizar cálculos precisos e fornecer previsões detalhadas, para que se possa agir corretamente e nos momentos mais adequados para cada tipo de ação.
São cinco os componentes do Panchanga:
- Vara (dia da semana)
Refere-se aos sete dias da semana, cada um governado por um planeta específico. Cada dia da semana é mais indicado para certo tipo de atividades, de acordo com o seu regente:
Domingo (Ravi Vara) – Sol
Segunda-feira (Soma Vara) – Lua
Terça-feira (Mangala Vara) – Marte
Quarta-feira (Budha Vara) – Mercúrio
Quinta-feira (Guru Vara) – Júpiter
Sexta-feira (Shukra Vara) – Vênus
Sábado (Shani Vara) – Saturno
- Nakshatra (Signo Lunar):
Existem 27 nakshatras ou constelações lunares que a Lua atravessa durante a sua órbita ao redor da Terra. Cada nakshatra cobre 13 graus e 20 minutos do zodíaco. Estas constelações são utilizadas para previsão de eventos, bem como para determinação de momentos auspiciosos.
Existem nakṣatras mais favoráveis ou desfavoráveis para determinados assuntos/eventos. Desta forma, é imprescindível conhecer a natureza essencial das nakṣatras:
–Natureza dhṛuva (estável): Rohini, Uttaraphalguni, Uttarashada e UttaraBhādrapadā – favorável para tudo o que queremos que seja de longo prazo, estável e durável, tal como casamentos, construções, estabelecimento de fundações, mudança de habitação, novos negócios e atividades, parcerias, agricultura.
–Natureza mṛdu (suave): Chitra, Mrigashīrsha, Anuradha e Revati – favorável para atividades leves, lazer, viagens, atividades artísticas, convívios, atividade sexual, prazeres, entretenimento.
–Natureza laghu (leve) e kṣipra (rápido): Ashvini, Pushya e Hasta – favorável para iniciar atividades auspiciosas, novos negócios, viagens, atividades de cura, aprendizagem.
– Natureza chara (móvel): Punarvasu, Svati, Shravana, Shatabhisha e Dhanishta – favoráveis para tudo o que implique movimento e mudanças (impermanência), viagens, rotinas diárias, compras, veículos.
– Natureza tīkṣṇa (severo; afiado): Ardra, Āshleshā, Jyeshtha e Mula – favorável para tudo o que é desagradável, tal como resolução de questões complexas, legais, lidar com inimigos, lidar com energias de medo, ir à raiz dos problemas.
-Naturezaugra (feroz):Bharani,Maghā,PūrvaPhalgunī,PurvaAshada,PurvaBhādrapadā,favorável para destruição e atividades difíceis ou cruéis.
– Natureza mṛdutīkṣṇa (misto de suave e agudo): Krittika e Vishakha: possuem energias mistas. Nada de muito relevante deve ser iniciado nos dias em que a lua transita por elas.
- Tithi (Dia Lunar):
Talvez o elemento mais relevante do Panchanga, pois está na base da construção do calendário mensal lunar.
Representa a fase da Lua e é o tempo que leva para a diferença angular entre o Sol e a Lua aumentar em 12 graus. Existem 30 tithis num ciclo lunar, divididos em duas quinzenas: Shukla Paksha (fase da lua crescente) e Krishna Paksha (fase da lua minguante). Cada tithi é associado a diferentes deidades e tem significados específicos em termos de auspiciosidade.
Na fase minguante da lua o primeiro dia é denominado de amavasya (lua nova), o dia seguinte lunar é o 2º dia, ou 2ª tithi, o seguinte é o 3º e assim continua até ao 14º dia lunar desta fase crescente ou Shukla Paksha. O 15º dia corresponde à lua cheia (purnima), e, a partir daqui a numeração continua, sendo o dia seguinte à lua cheia o 1º tithi da fase minguante ou Krishna Paksha, até chegar novamente à lua nova.
Em geral, as atividades mais aupsiciosas e festivais são realizadas durante a quinzena crescente lunar e lua cheia, pois esta fase está mais associada ao crescimento e à prosperidade. A fase escura da lua é mais indicada para reverência aos antepassados.
- Nitya Yogas
É um cálculo baseado na posição do Sol e da Lua. Existem 27 Nitya Yogas (configurações) diferentes, cada um com sua própria natureza e impacto. Yoga é calculado somando as longitudes do Sol e da Lua e dividindo o total em segmentos de 13 graus e 20 minutos. A qualidade do Yoga pode indicar dias auspiciosos ou não auspiciosos para atividades específicas. Cada Yoga tem sua própria natureza e influência, afetando o sucesso e a auspiciosidade das atividades realizadas durante o seu período.
Yogas: Vishkumbha; Priti; Ayushmana; Saubhagya; Shobhana; Atiganda; Sukarma; Dhriti; Shoola; Ganda; Vriddhi; Dhruva; Vyaghata; Harshana; Vajra; Siddhi; Vyatipata; Variyana; Parigha; Shiva; Siddha; Sadhya; Shubha; Shukla; Brahma; Indra; Vaidhraiti.
- Karana:
Refere-se a metade de um tithi, ou dia lunar, e existem 11 Karanas, dos quais quatro são fixos e sete são móveis. Eles são usados para determinar momentos propícios e influenciam o sucesso das atividades iniciadas durante esses períodos.
Karanas Fixos: Shakuni; Chatushpada; Naga; Kintughna
Esses Karanas ocorrem na segunda metade de Krishna Chaturdashi (14ª fase lunar minguante) e durante Amavasya (lua nova).
Karanas Móveis: Bava; Balava; Kaulava; Taitila; Gara; Vanija; Vishti.
Os Karanas móveis se repetem duas vezes durante cada ciclo lunar, cada um cobrindo metade de um Tithi.
Utilização do Panchanga
O Panchanga é amplamente utilizado em várias práticas e tradições hindus, incluindo:
– Determinação de Muhurta: um momento auspicioso para iniciar novas atividades, como casamentos, construção de casas, cerimónias religiosas, entre outros.
– Festivais e Rituais: o calendário hindu é cheio de festivais e rituais, e o Panchanga é essencial para determinar as datas corretas para essas celebrações.
– Astrologia e Previsões: os astrólogos védicos usam o Panchanga nas suas análises e na previsão de eventos.
Hari Om
Maria João Coelho
Imagem – gerada por AI.
-
आयुर्वेद – prakriti: Compreender a sua natureza ayurvédica
Prakriti representa a combinação ou estado natural dos doshas no momento da conceção. Esta constituição permanece inalterada ao longo da vida e, embora possa predispor a certas perturbações, não é uma causa direta de doença. Avaliar prakriti é um passo no tratamento ayurvédico tradicional, pois identifica qual o seu estado natural, a sua natureza.
A prakriti é erroneamente referida simplesmente como “dosha”. Toda a gente tem os três doshas, mas em proporções variadas. A sua constituição pode ter a predominância de um dosha, dois doshas ou, em casos raros, um equilíbrio dos três. O prakriti também abrange características mentais e emocionais.
A sua prakriti pode ser:
vāta – predominantemente vāta dosha
pitta – predominantemente pitta dosha
kapha – predominantemente kapha dosha
vāta-pitta – vāta e pitta doshas são predominantes sobre kapha.
vāta-kapha – vāta e kapha doshas são predominantes sobre pitta.
pitta-kapha – pitta e kapha doshas são predominantes sobre os vāta.
vāta-pitta-kapha – um prakriti raro onde todos os três doshas estão equilibrados
Vamos explorar, de forma simplificada cada tipo de prakriti de acordo com o Caraka Samhita
vāta dosha
vāta é seco, leve, móvel, abundante, rápido, frio, áspero e não viscoso.
- devido à secura as pessoas com predominância de vāta possuem secura, baixa estatura, voz áspera, fraca, rouca, e têm tendência para estarem despertas durante a noite
- pela leveza, são leves, com movimentos leves e com atividades, alimentação e fala instáveis
- devido à mobilidade, articulações instáveis, e com mais movimento das sobrancelhas, mandíbula, lábios, língua, cabeça, ombros, mãos e pés
- pela abundância de vāta, loquacidade e abundância visual de tendões e veias
- devido à rapidez têm iniciação precipitada de actividades, rápidas manifestação de doenças, facilmente desenvolvem medo, apego e desencanto, rápidas na aquisição de conhecimento, mas com memória fraca (retenção)
- devido ao frio, intolerância ao frio, tremores e rigidez
- devido à aspereza, pêlos ásperos, barba-bigodes, cabelos, unhas, dentes, rosto, mãos e pés
- devido à não viscosidade, som constante nas articulações durante o movimento
Devido à presença destas qualidades, as pessoas com predominância de vāta têm, na sua maioria, baixo grau de força, expectativa de vida, descendência, meios e riqueza.
pitta dosha
pitta é quente, intenso, líquido, de cheiro de carne, azedo e picante.
- Devido ao calor, as pessoas com predominância de pitta são intolerantes e vulneráveis a distúrbios calor, têm corpo delicado e bonito, muitas manchas, sardas, manchas pretas e borbulhas, fome e sede excessivas, aparecimento precoce de rugas, queda de cabelo e cabelos brancos precoces, barba/bigodes macios, escassos
- devido à intensidade, poder digestivo intenso, ingestão de muita comida e bebida, falta de resistência, alimentação frequente
- devido à liquidez, articulações e músculos frouxos e moles, transpiração, micção e defecação excessiva
- devido ao cheiro carnudo, mau cheiro nas axilas, hálito, cabeça e corpo
- devido ao azedo e picante têm menos sémen, libido e pouca descendência
Por causa da presença destas qualidades, as pessoas com predominância de pitta são moderadas em força, esperança de vida, conhecimento, compreensão, riqueza e meios
dosha kapha
kapha é untuoso, suave, macio, doce, essência, denso, ação lenta, estável, pesado, frio, viscoso e claro.
- Por causa da sua untuosidade as pessoas com predominância de kapha possuem corpo bem lubrificado
- devido à suavidade possuem corpos agradáveis, delicados e agradáveis
- devido à doçura as pessoas tem sémen abundante, libido e mais descendência
- devido à essência, a pessoa excelente possui um corpo compacto e estável
- devido à densidade, todos os órgãos estão bem desenvolvidos e perfeitos
- devido à lentidão são mais lentas nas atividades, na alimentação e na fala
- devido à estabilidade, tem atraso no início das atividades, irritação e lentidão na mudança de atitude, as doenças são lentamente progressivas
- devido ao peso os movimentos são sustentados e com estabilidade
- devido ao frio tem pouca fome, sede, calor e transpiração
- devido à viscosidade têm ligamentos e articulações fortes
- devido à clareza têm olhos claros, rosto com tez clara e untuosa e voz afetuosa.
Devido à presença destas qualidades, as pessoas de natureza dominada por kapha são fortes, ricas, eruditas, corajosas, calmas e de longa vida.
Combinações de dosha
Na maior parte todos nós temos uma combinação de 2 doshas em diferentes proporções portanto temos variadas combinações destas características.
Determinar a prakriti
Embora os questionários online possam oferecer algumas pistas sobre a sua prakriti, muitas vezes não têm a profundidade e a precisão da avaliação de um profissional ayurvédico treinado.
Benefícios de conhecer a prakriti
Compreender a sua prakriti pode levar a benefícios significativos para a saúde. Adoptar práticas preventivas que levam em consideração as suas tendências de acordo com a sua prakriti promove o equilíbrio e ajuda a prevenir doenças crónicas.
Ricardo Barreto
Terapeuta de Ayurveda
www.instagram.com/wayofayurveda_pt
Photo by Qingbao Meng on Unsplash
-
ज्योतिष – Jyotiṣa e Ayurveda
Após uma semana intensa de partilha de conhecimentos e muita aprendizagem no Centro ArshaVidya com o Dr. Prateek (astrólogo védico) e o Dr. Deepak (médico ayurvédico), achei interessante a reflexão sobre a forma como estas duas tradições milenares provenientes da Índia, a astrologia védica e o ayurveda, se interconectam.
Ambas têm em comum o facto de analisarem a presença dos cinco grandes elementos na vida de um ser humano e irão debruçar-se sobre a forma como estes elementos vão ser refletidos no estado físico, mental e emocional de cada pessoa.
Em tempos antigos, o estudo destas duas tradições era feito em simultâneo, pelo que um astrólogo tinha conhecimento sobre a medicina Ayurvédica e vice-versa.
Dentro do Jyotiṣa, existe o ramo da Astrologia Médica: através do mapa natal, um astrólogo pode identificar períodos de vulnerabilidade e predisposição para certas doenças. Por exemplo, uma pessoa com Saturno aflito na casa 6 pode ser propensa a doenças crónicas, entre outras.
Num mapa natal, podemos olhar para certas casas astrológicas, de forma a observar a saúde geral de um indivíduo:
Casa 1 (Ascendente): Representa a saúde geral e a vitalidade física do indivíduo. Planetas aqui indicam a constituição física e a aparência.
Casa 4: Relacionada ao bem-estar emocional de um indivíduo.
Casa 6: Relacionada a doenças, dívidas e inimigos. Planetas maléficos nesta casa podem indicar problemas de saúde.
Casa 8: Conectada à longevidade, morte e doenças crónicas. Problemas nesta casa podem indicar doenças graves.
Casa 12: Refere-se a perdas, hospitalizações e doenças mentais. Aflições nesta casa podem levar a problemas de saúde.
Os planetas também nos transmitem muita informação. Também eles se interrelacionam com os tecidos do corpo, referidos pelo ayurveda.
7 planetas – 7 tecidos
Rasa (Plasma) O primeiro tecido – a Lua (predominantemente natureza kapha)
Conectada à mente e às emoções. Aflições à Lua podem causar problemas mentais, nutricionais e diversos distúrbios digestivos e também ao nível dos tecidos linfáticos, menstruação e tiróide.
Rakta (Sangue) O segundo tecido – o Sol (natureza pitta)
Representa a vitalidade e a força do corpo. Problemas com o Sol podem indicar doenças cardíacas e do sistema circulatório, febres, problemas de visão, estômago.
Mamsa (tecido muscular) O terceiro tecido – Marte (natureza pitta)
Energia física e resistência. Sendo de natureza maléfica, pode causar acidentes, febres, problemas no sangue e inflamações musculares.
Medhas (tecido adiposo) O quarto tecido – Júpiter (natureza kapha)
Fígado, digestão e bem-estar geral. Aflições a Júpiter podem causar problemas hepáticos e obesidade.
Asthi (tecido ósseo) O quinto tecido – Saturno (natureza vata)
Ossos, articulações, intestinos, doenças crónicas. De natureza maléfica, Saturno pode causar doenças ósseas e envelhecimento precoce.
Majja (tecido nervoso) O sexto tecido – Mercúrio (natureza vata)
Sistema nervoso e intelecto. Problemas com Mercúrio podem levar a distúrbios nervosos e de comunicação, tal como gaguez, dislexia, entre outros.
Shukra (tecido reprodutor) O sétimo tecido – Vênus (natureza kapha)
Rins e sistema reprodutivo. Aflições a Vênus podem levar a doenças renais e reprodutivas.
.
Rahu e Ketu: Doenças kármicas e distúrbios ocultos. Aflições dos nodos lunares, podem causar problemas de difícil diagnóstico.
Dasha (Períodos Planetários):
Cada dasha, ou período, é governado por um planeta específico e influencia a saúde de diferentes maneiras. Por exemplo, a dasha de Saturno pode trazer problemas crónicos, enquanto a dasha de Marte pode originar acidentes e inflamações.
Interseção Prática entre Astrologia Médica e Ayurveda
Diagnóstico e Identificação de Doenças:
Ayurveda: Um praticante de Ayurveda pode focar em tratamentos preventivos para equilibrar os doshas associados a essas doenças. No caso de Saturno (associado a Vata), pode recomendar uma dieta vata-pacificante e práticas de estilo de vida para fortalecer os ossos e articulações.
Personalização do Tratamento:
Astrologia Médica: Ajuda a determinar os períodos mais críticos para iniciar tratamentos ou cirurgias.
Ayurveda: Personaliza tratamentos baseados no diagnóstico astrológico, usando ervas e dietas específicas para o período astrológico atual.
Prevenção de Doenças:
Astrologia Médica: Pode prever períodos de risco aumentado para certas doenças e sugerir precauções.
Ayurveda: Reforça a prevenção através de práticas diárias e sazonais. A astrologia pode indicar quando essas práticas devem ser intensificadas.
Exemplos práticos:
- Desequilíbrio de Vata e Trânsito de Saturno
Uma pessoa com um trânsito de Saturno sobre o Ascendente pode experimentar o aumento do desequilíbrio de Vata.
Astrologia Médica: Identifica o período de trânsito de Saturno como crítico para a saúde.
Ayurveda: Recomenda práticas para pacificar o dosha vata, como uma dieta quente e oleosa, e rotina diária para equilibrar Vata.
- Trânsito de Marte e Problemas Inflamatórios
Durante um período regido por Marte, uma pessoa pode ser mais propensa a inflamações e acidentes.
Astrologia Médica: Avisa sobre o período de Marte e os riscos associados.
Ayurveda: Sugere uma dieta anti-inflamatória e ervas que acalmam Pitta, como aloé vera e açafrão.
A combinação da astrologia médica e o ayurveda oferece uma abordagem holística e integrada para a saúde e o bem-estar. Enquanto a astrologia identifica predisposições e períodos críticos, o ayurveda fornece os meios para manter o equilíbrio dos doshas e prevenir doenças. Juntas, estas tradições antigas proporcionam um caminho compreensivo para a saúde integral, harmonizando corpo, mente e espírito, permitindo uma maior tomada de consciência e promovendo o autoconhecimento.
Hari Om
Maria João Coelho
Imagem – gerada por AI.
-
आयुर्वेद – Como é a avaliação de pacientes no āyurveda
Rogi Pariksha, ou exame do paciente, é um componente fundamental do diagnóstico ayurvédico. Envolve uma avaliação holística da saúde física, mental e espiritual do paciente. Esta abordagem abrangente garante que o tratamento seja adaptado à singularidade do indivíduo.
A avaliação é guiada pelos princípios de tridosha (vata, pitta e kapha) e pelo conceito de prakriti (a constituição inerente de um indivíduo), etc. De acordo com o Ayurveda, a saúde é um estado de equilíbrio entre esses doshas. Qualquer desequilíbrio leva à doença. Portanto, o objetivo principal de rogi pariksha é identificar desequilíbrios doshas e suas principais causas.
Os componentes de Rogi Pariksha
Existem várias classificações de exame, estas são as mais comuns:
de 8 tipos
- pulso, língua, toque, olhos, rosto, voz, urina, fezes
de 10 tipos
- constituição, anormalidades, estado dos tecidos corporais, estruturas, medidas, salubridade, mente, digestão, capacidade de realizar esforço, idade
Mas fundamentalmente todos se enquadram no exame de 3 tipos
- Pergunta
Questionamento detalhado sobre o histórico médico do paciente, estilo de vida, dieta e sintomas. Este diálogo ajuda o praticante a entender as rotinas diárias do paciente, estado emocional e quaisquer causas potenciais de desequilíbrio.
- Inspeção
O médico/terapeuta observa a aparência física, marcha, postura e comportamento do paciente. As principais observações incluem a condição da pele, cabelo, olhos, língua e físico geral. Estas observações ajudam a identificar sinais de desequilíbrio dos doshas.
- Palpação
Isso envolve exame físico por meio do toque. O praticante avalia o pulso, o abdómen e examina a textura e a temperatura da pele. O diagnóstico de pulso (nadi pariksha) também é usado, fornecendo possíveis informações sobre o equilíbrio dos doshas e do estado de vários órgãos internos.
Conclusão
Rogi Pariksha incorpora a filosofia holística do Ayurveda. Esta abordagem abrangente para diagnosticar e entender o paciente abre caminho para tratamentos personalizados e eficazes.
Ricardo Barreto
Terapeuta de Ayurveda
www.instagram.com/wayofayurveda_pt
Photo by SHVETS on pexels.com
-
Dia Internacional do Yoga
Hoje, dia 21 de junho, solstício de verão no hemisfério norte e início da transição para Dakṣiṇāyana (दक्षिणायन), que se refere ao movimento do Sol para sul do Equador e que indica também o período de seis meses entre o solstício de verão e o solstício de inverno, celebra-se o Dia Internacional do Yoga. Um marco da Índia e do Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi e do seu governo e que foi apoiado por 177 países em 2014 e estabelecido pelas Nações Unidas, entrando em vigor em 2015 com vista a promover esta prática milenar de bem-estar e de paz, sendo festejada neste dia em diferentes regiões e países do mundo inteiro.
Também marca a transição para a segunda lua cheia após o solstício de verão que é conhecida como Gurupūrṇimā (गुरुपूर्णिमा). Na mitologia hindu, diz-se que Śiva, o primeiro yogi (Ādiyogi), começou a transmitir o conhecimento do yoga à Humanidade nessa lua cheia e tornou-se assim o primeiro guru (Ādiguru).
É um dia de reconhecimento do Yoga que ajuda tantos seres no seu processo de desenvolvimento humano e de relação consigo e com todos os seres vivos num maior bem-estar físico, mental e emocional.
Apesar do Yoga, cada vez mais, ser visto na cultura mainstream como um meio e fim em si mesmo, fomentado pelas posturas físicas, é importante relembrar o seu verdadeiro propósito neste dia e em todos os momentos: trazer para a vida do/da praticante uma vida de Yoga e de dharma, através dos valores éticos (yamas), entre os quais, ahiṃsā (अहिंसा) – não violência, satya (सत्य): veracidade, asteya (अस्तेय): não-roubo, brahmacarya (ब्रह्मचर्य): restrição sexual e aparigraha (अपरिग्रहः): não-avareza e de recomendações ou observâncias (niyamas) – śauca (शौच): purificação interna e externa, santoṣa (सन्तोष): contentamento, tapas (तपस्): disciplina, austeridade, svādhyāya (स्वाध्याय): estudo das escrituras e īśvarapranidhāna (ईश्वरप्रणिधान): entrega de todas as ações a Īśvara, que servem de Norte para uma vida em comunhão pacífica com todos os seus aspetos e que têm como objetivo preparar o/a aluno/a para o estudo de Vedānta, rumo a mokṣa.
Reverenciemos então hoje através da prece, do pensamento, da ação e da intenção, Śiva, que nos trouxe, através do Yoga, a possibilidade de atravessarmos o oceano do saṃsāra e de nos dar a maior oferenda que um ser humano pode receber – a sua própria libertação.ॐ नमः शिवाय
Inês Ritto
imagem de Satish Nagapuri – unsplash.com
-
ज्योतिष – JYOTIṢA
Guru (Júpiter) e o seu trânsito pelo signo de Touro
Bṛhaspati ou Guru é considerado o grande benéfico, de natureza bondosa e compassiva, sinónimo de tolerância e sabedoria. Preside os seres humanos e relaciona-se com tudo o que é digno e sublime. Guru abençoa e tem a capacidade de mitigar grandes males. É o mais sábio de todos os grahas. É o mestre dos devas, o Guru, aquele que remove a escuridão com a luz do conhecimento divino. É o conselheiro, aquele que detém o mais nobre conhecimento e que confere uma visão otimista e espiritual da vida. É através de Guru que temos acesso ao conhecimento mais elevado, o conhecimento do “Eu” e a oportunidade de nele mergulhar profundamente.
É do género masculino e de constituição kapha e de natureza saumya (gentil) e sattva (pura e bondosa). Está associado ao elemento éter (ākāśa), à cor amarelo, rege a direção nordeste e a quinta feira e pertence à varṇa dos Brāhmaṇas (classe intelectual e dos sacerdotes).
É regente do signo Sagitário (rāśi dhanus) e do signo de peixes (rāśi mīna). Exalta-se no signo de câncer (rāśi karka) e tem a sua debilitação no signo de capricórnio (rāśi makara).
O seu movimento é lento, sendo o seu ciclo de cerca de 12 anos (uma volta completa ao zodíaco) transitando um rāśi (signo) em cada ano.
As melhores posições por casa (bhāvas) num mapa para Guru são o bhāva 1, onde detém força máxima, e em todos os outros bhāvas, exceto os bhāvas 3, 6, 8 e 12.
Ainda assim, em casa menos favoráveis, dada a sua natureza, Guru tem a capacidade de beneficiar tudo aquilo em que toca ou que influencia.
O bhāva no nosso mapa onde está posicionado Guru, é o local/área da nossa vida com maior oportunidade de expansão, de conhecimento, de sabedoria e prosperidade.
Os grahas amigos de Guru (Júpiter) são Sūrya (Sol), Chandra (Lua) e Maṅgala (Marte). Os inimigos são Budha (Mercúrio) e Śukra (Vénus) e Śani (Saturno) é neutro.
Guru ingressou no dia 1 de maio, no signo de Touro, onde ficará até dia 14 de maio de 2025.
Touro é um signo de natureza benéfica, regido por Vénus (Śukra), mas, conforme foi referido, Śukra é inimigo de Guru, logo este não é um local onde Guru se sinta muito confortável, nem possui qualquer dignidade especial. Apesar disto, a passagem de Guru por este signo, pela natureza de Guru, pode ser considerada benéfica, no geral.
Em termos globais, mundiais, a entrada de Guru em Touro afastou-o de Rahu, com quem se cruzou em Áries (carneiro) durante algum tempo, e que esteve ligado, nomeadamente, ao desenvolvimento de guerras e outros conflitos.
Desta forma, espera-se uma melhoria a nível global, com diminuição de tensões e possibilidade de crescimento económico e financeiro.
No entanto, o mês de agosto poderá apresentar um clima de maior tensão na medida em que Marte se irá juntar a Júpiter em Touro, ambos formando um aspeto tenso com Saturno em Aquário.
Outro momento mais delicado, de revisão dos assuntos significados por Júpiter, e que pode trazer algum conflito/confusão, poderá ser o seu período de retrogradação que irá de 9 de outubro de 2024 a 4 de fevereiro de 2025.
Durante a sua passagem por Touro, Guru irá transitar pelas nakṣatras Kṛttikā, Rohini e Mṛgaśiraṣa.
Em termos individuais, a nível natal, os resultados poderão ser bastante distintos, consoante os ascendentes e restantes configurações natais do mapa de cada um.
No geral, para cada ascendente, poderemos esperar deste trânsito:
Áries (carneiro): Guru transitará pela casa 2 – ganhos materiais, bem-estar familiar.
Touro: Guru transitará pela casa 1 – ganhos materiais, sucesso a diferentes níveis, filhos, estudos, conhecimento.
Gémeos: Guru transitará pela casa 12 -despesas, viagens longas, interesse por questões espirituais.
Câncer (caranguejo): Guru transitará pela casa 11 -ganhos materiais, realização de objetivos, novas amizades, atividades coletivas.
Leão: Guru transitará pela casa 10 – efeitos na carreira, crescimento e reconhecimento, novas atividades, sorte, sucesso nos negócios, conhecimento.
Virgem: Guru transitará pela casa 9 -Sucesso académico, sorte, conhecimento, interesse pela espiritualidade, viagens longas, ganhos materiais, filhos.
Libra (balança): Guru transitará pela casa 8 – perdas, heranças, transformações profundas, interesse pelo ocultismo, doenças, inimizades.
Escorpião: Guru transitará pela casa 7 -casamento, felicidade conjugal, parcerias, prazeres, saúde, ganhos materiais.
Sagitário: Guru transitará pela casa 6 – Sucesso material, vitória sobre inimigos, ênfase na saúde e no serviço.
Capricórnio: Guru transitará pela casa 5 – Filhos, criatividade, estudos, ganhos materiais.
Aquário: Guru transitará pela casa 4 – ganhos materiais, felicidade no lar, possibilidade de investimento em propriedades/imóveis, bem-estar emocional.
Peixes: Guru transitará pela casa 3 – viagens curtas, estudos e comunicação, resolução de questões com irmãos e outros familiares.
Este trânsito de Guru por Touro, em geral, apresenta-se como um período de crescimento e expansão em diversas áreas, nomeadamente na área financeira, conforto, bem-estar e valores pessoais. Este trânsito incentiva uma abordagem equilibrada, combinando a busca por segurança material com ética e justiça. Como sempre, os efeitos específicos variam conforme o mapa natal de cada indivíduo, o que poderá ser melhor analisado numa consulta detalhada com um astrólogo védico.
Hari Om
Maria João Coelho
Imagem – Fonte: https://blog.sagarworld.com
-
आयुर्वेद – a importância da alimentação durante a doença
गाः सर्वेऽपि मन्देऽग्नौ
rogāḥ sarve’pi mande’gnau
a.h. ni. 12/1
No āyurveda, a digestão comprometida é frequentemente citada como a principal causa de muitas doenças. Embora haja exceções, a digestão invariavelmente desempenha um papel crucial na saúde geral. Todos nós já sentimos falta de apetite e mal-estar geral durante a doença, o que sublinha a ligação entre a saúde digestiva e o bem-estar.
A importância da digestão
Já discutimos anteriormente como a digestão é vital para a saúde. Garante a conversão adequada dos alimentos em tecidos corporais, a absorção de nutrientes e até influencia o nosso estado mental. Quando a digestão é comprometida, os alimentos não são processados adequadamente, levando à criação de “toxinas”. Se essas toxinas não forem eliminadas, podem causar vários problemas de saúde.
O Conceito de “Pathya”
Isto leva-nos ao conceito de “pathya”. No āyurveda, pathya significa integral, apropriado e saudável. Alimentos e atividades que sustentam os sistemas do corpo e agradam à mente são considerados pathya. O consumo de pathya proporciona nutrição completa e auxilia na desintoxicação, sendo essencial para a manutenção da saúde e tratamento de doenças.
Para indivíduos saudáveis, pathya inclui alimentos como shashtika e shali (variedades de arroz), mudga (feijão mungo), sal de rocha, āmalaka (groselha indiana), yava (cevada), água da chuva, leite, ghee, carne de animais de áreas áridas habitats e mel.
Pathya para os doentes
Para aqueles que estão doentes, pathya depende da condição específica e do estágio da doença. O āyurveda descreve quais alimentos são úteis para vários problemas de saúde, e geralmente recomenda alimentos mais leves para evitar sobrecarregar o fogo digestivo prejudicado. O segredo é comer bem e de forma leve, apoiando o processo de cura em vez de prejudicá-lo.
Sabedoria Tradicional e Práticas Modernas
Tradicionalmente, estávamos mais sintonizados com essa sabedoria. Por exemplo, a simples canja, um alimento medicinal conhecido por ser leve e nutritivo, era normalmente consumido durante a doença. Hoje em dia, recorremos frequentemente aos medicamentos e ignoramos o poder curativo dos alimentos, ainda que estes possam ser um dos maiores “curadores”. Não é por acaso que um dos sinónimos de medicina no āyurveda é pathya.
Exemplos de preparações
Aqui estão alguns exemplos de preparações tradicionais de pathya:
Manda: O líquido filtrado obtido após ferver 1 parte de arroz com 14 partes de água.
Peya: Preparação predominantemente líquida com alguns sólidos após ferver uma 1 de arroz com 14 partes de água.
Vilepi: Pasta semi sólida obtida após ferver 1 parte de arroz com 4 partes de água.
Yavagu: Uma pasta grossa feita cozinhando 1 parte de grão (como arroz) com 6 partes de água.
Estas preparações são aplicadas de forma gradual de acordo com a condição da digestão. Podem ser feitas com diferentes grãos e podem incluir diversas ervas/especiarias dependendo do caso.
A necessidade de pós-recuperação de Pathya
O āyurveda compara uma pequena faísca de fogo que se transforma em grandes chamas quando entra em contato com o vento ou a madeira, a um corpo fraco em recuperação de uma doença. Mesmo após o desaparecimento dos sintomas, existe o risco de recaída. É importante seguir pathya por uns tempos, mesmo após a recuperação.
Ricardo Barreto
Terapeuta de āyurveda
www.instagram.com/wayofayurveda_pt
Photo by makafood on pexels.com