pranayama

Prāṇāyāma

Hoje vou falar-vos sobre prāṇāyāma, técnicas respiratórias do yoga. Esta é uma das técnicas do yoga, o quarto estágio do aṣṭāṅga yoga de Patañjali, o yoga clássico.

Os primeiros dois estágios são as normas éticas, que sustentam esta filosofia prática, Yamas e Niyamas, depois segue-se āsana, prāṇāyāma, pratyāhāra, dhāraṇā, dhyāna e Samādhi.

Prāṇāyāma divide-se em duas palavras: 

Prāṇā – bio energia ou força vital, é a força primordial da vida.  É possível de ser obtido através da água e dos alimentos, duma caminhada na natureza, com a exposição solar, e através de técnicas do yoga.

Āyāma, significa expansão, e na literatura também pode aparecer como controle, direcionamento.

Assim, prāṇāyāma são técnicas respiratórias para direcionar, expandir, controlar a energia no nosso organismo.

Podemos captar essas energia através de diferentes órgãos, e sensorialmente, que posteriormente circula em condutos, chamados de nāḍīs (rios, como a rede de capilares, mas impossíveis de serem vistos), e quando estes se cruzam formam os cakras (centros de energia, ou redemoinhos). Existem, segundo a literatura, 72000 nāḍīs!

No yoga, existem dezenas de exercícios de prāṇāyāma, alguns servem para tranquilizar, outros trazem mais energia, uns curam, outros equilibram, e há até exercícios para refrescar ou aquecer.

Procure um professor habilitado para poder praticar estas diferentes técnicas e poder usufruir de inúmeros bons resultados, conforme as suas necessidades.

Para iniciantes vou sugerir uma técnica que traz alguma clareza e organização mental, o denominado de caturaṅga prāṇāyāma, conhecido como a respiração com o ritmo quadrado.

A forma ideal de praticar esta técnica será com a digestão feita, num aposento fresco e limpo (ou ao ar livre, na natureza).

Pode ser realizado na posição deitada, sentada ou até em pé (caso seja iniciante não execute em pé, pois as retenções do alento, quando não dominadas, podem trazer tonturas).

A respiração deve ser sempre nasal, profunda e completa (use as suas mãos no abdómen para poder sentir a respiração a acontecer).

Inicie fazendo vários ciclos de respiração, associando suaves paragens com os pulmões cheios e depois com os pulmões vazios.

Se estiver fácil, evolua então para o ritmo, contacto até 4 quando inspira – pūraka, retendo o ar conte até 4, antar kumbhaka, expire mantendo essa contagem até 4, recaka, e finalmente permaneça sem ar, contando até 4 – śūnyaka, ou bāhya kumbhaka.

Caso sinta a mente muito agitada, conte mentalmente 1, 2, 3, 4, em cada uma das fases mencionadas. Caso disponha de um metrónomo pode utilizar, com 60bpm.

Gosto de executar esta técnica quando faço uma caminhada num parque, contando com os passos, e sincronizando a respiração com estes.

À medida que o exercício se torna confortável, podemos aumentar a base da contagem, ou mātra, e em vez de 4 segundos, fazer em 6, 8, 16 ou até 32! Mas mais importante do que almejar tal conquista, mantenha a sua auto-avaliação, faça escolhas sensatas e razoáveis, e sinta-se bem. A prática destes exercícios deve ser agradável, e não deve haver desconforto em momento algum (consulte um professor de yoga para esclarecer qualquer dúvida).

E boas práticas!

Sónia Monteiro

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