Testemunho dos Alunos – Isadora Reis Rodrigues
Vedānta, uma jornada transformadora
Já faz alguns anos eu embarquei numa jornada, uma jornada transformadora. Uma viagem que se faz com a alma, e também um exercício que se faz com o coração.
Me tornei estudante de Vedānta.
Quando chegou, o Vedānta foi na minha vida como uma onda que bate na areia da praia e modifica quase tudo que por lá estava. Eu sinto ao olhar para a Isadora que começou esta jornada, como se ela tivesse tivesse tornado-se realmente uma outra pessoa. Das tantas coisas que me marcaram e que me tocaram profundamente, guardo em um lugar especial o senso de liberdade que construímos ao longo do estudo. Uma alquimía muito particular e delicada, criadora de espaços. Junto dos versos e dos textos que repetimos e estudamos, junto das palavras que ouvimos, vai brotando um espaço, um desenlace, um senso de aceitação, e uma fluidez com os acontecimentos da vida.
Lembro como se fosse ainda agora o dia em que parei para observar por onde andava meu coração, e com muita surpresa e muita felicidade percebi ter dissolvido algumas marcas emocionais que acreditava serem extremamente sólidas. Esse amadurecimento emocional me emociona demais, e sinto-me de coração muito mais aberto. Esses passos obviamente não são nem lineares nem constantes, a tal impermanência que tanto ouvimos falar.
Mas talvez seja mesmo nos períodos mais estanques, onde o ruído da mente fala mais alto, e as dificuldades da vida nos pegam, que o estudo se mostra um suporte ainda mais importante. Por que sentimos nunca estar sós. O estudo, o professor, e o grupo com quem estudamos se transformam em um sistema de apoio, e parece-me uma grande benção andar assim acompanhada pela vida.
É muito poderoso e transformador contemplar quem realmente somos. E como diz uma música de Violeta Parra “va brotando, brotando, como el musguito en la piedra”, aos poucos vai brotando mais lucidez, mais amor, mais compaixão, mais força..
E termino com estas palavras do meu querido Professor Paulo que tanto já me inspiraram, cuide dos outros com a delicadeza de quem cuida das flores e cuide de si como a um diamante; por que assim somos, uma mistura da fragilidade e da beleza das flores e a firmeza e força dos diamantes.
oṃ Namaḥ Śivaya,
Isadora