ज्योतिष – JYOTIṢA- Nākṣatra

O nakṣatras são vinte e sete asterismos que foram descritos na antiguidade, nos Vedas, tendo por base o ciclo sideral lunar de 27,321 dias. Na mitologia, os nakṣatras são considerados as noivas de Chandra, o deva que preside a Lua e que, por ser inquieto e lascivo, cada dia deita-se com uma das suas esposas, percorrendo, desta forma, os 27 nakṣatras ao longo de um mês.  De acordo com a astrologia, o zodíaco tem 360 graus, sendo que cada um dos nakṣatras ou constelações se estende por cerca de treze graus e vinte minutos., iniciando no grau zero do signo de Áries. Estes signos lunares ou mansões lunares constituem a referência mais antiga nos textos clássicos e são de crucial importância, possuindo um sistema de interpretação próprio e independente dos signos solares. Daqui se depreende a importância da análise efetuada a partir de Chandra (lua) e do signo que ela ocupa. No entanto, para certas análises, é igualmente importante verificar qual o nakṣatra do lagna (ascendente), do regente do ascendente e outros grahas.

Ainda hoje são extremamente utilizados não só na análise das caraterísticas individuais de cada pessoa (como o seu temperamento e motivações) e na confirmação dos karmas desta vida, como também para eleger dias propícios para a realização de rituais (como casamentos) e início de atividades específicas e momentos mais auspiciosos para certas atividades (astrologia eletiva ou Muhūrta). São igualmente utilizados nas sinastrias (verificação de compatibilidade entre mapas), retificação de horário de nascimento e cálculo das daśās (períodos planetários).

Na medida em que os 27 nakṣatras podem ser convenientemente divididos em três grupos de nove, e visto que 9 vezes 13 graus e 20 minutos equivale a 120 graus, o que equivale a três signos completos (4 vezes 30 graus), os primeiros nove nakṣatras, de Ashvini até Ashlesha, cobre as constelações de Áries até Câncer; o segundo grupo, de Magha até Jyeshtha, calha precisamente dentro das constelações de Leão até Escorpião, e o último grupo, de Mula até Revati, cai entre Sagitário e Peixes. Cada um destes grupos começa com um signo de fogo (Áries, Leão e Sagitário) e termina num signo de água (Câncer, Escorpião e Peixes).

A interpretação dos nakṣatras é feita a partir de referências deixadas na literatura sagrada, ou seja, nos Vedas, Pūraṇas e Tantras. Nela encontramos histórias sobre os devas que foram relacionados a cada nakṣatra, o que nos auxilia no processo de compreensão deles. Outra referência importante em relação à interpretação dos nakṣatras são os atributos que foram listados nos clássicos de jyotiṣa, o que inclui classificação relativamente a varṇa, guṇa, natureza, tattva, Śakti, meta, atividade, qualidades, gaṇa, gênero, natureza, nāḍī, partes do corpo, etc., além de descrições dos autores clássicos a respeito dos resultados a serem esperados de Chandra em cada nakṣatra.

Nas próximas edições, irei focar nestes aspetos mais específicos dos nakṣatras.

Abaixo apresento a listagem dos nakṣatras, com a sua distribuição longitudinal ao longo dos rāśis (signos) e o deva/devī relacionado a cada um deles.

Fonte tabela: https://sriganesa.blogspot.com/

Hari Om

Maria João Coelho

Fonte foto https://atcaminhante.wordpress.com

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