Escrita e(m) partilha

O tema desta semana que serviu de inspiração aos alunos é a seguinte fotografia:

Azul profundo

Azul profundo que vai fundo
Em pensamentos submersos,
no nosso consciente difícil de alcançar

Que se reflecte,
Nos nossos olhos,
espelhando
o que nos vai a alma

Alma que se acalma,
com esta frieza azulada da maresia
Através do branco, côr da paz
Da espuma fugaz

Frieza que apaga os fogos
Emocionais
Sentimentais
Em momentos vãos de
Certezas de limitação
Incertezas de ilimitacão
Chamando-nos à razão

Mas aquela luz alaranjada, que se deita sobre aquele mar infinito
É a nossa estrela guia

Que nos leva mais além a acreditar
Nesta força espiritual
Deste universo sabedor
Merecedor
Da nossa confiança
Da nossa perseverança
Em seguir
Em perseguir
Com determinação
Este ensinamento
Com vista à libertação!

Aluna: Susana Santos

Cerúleo

Num vaivém ininterrupto,
cuja acalmia se demorará,
a liquidez transfigura-se…
O cerúleo apresenta-se como o visível e, todavia,
uma réstia de calorosa luz desponta.
Contraste da frieza do momento presente
com o enérgico vindouro!
Sustemo-nos em nós,
de um qualquer modo ritmado,
para o repouso transitório?
Alcançar, demorar-se nessa paz, sem urgir outro lugar qualquer – atingir a nossa essência…

Aluna: Carla Santos

Retrospetiva

Em tempos escrevi algo assim
“Que pena meu nome não ser Florbela Espanca
para desenhar num papel
um igual a este,
a minha alma pobre e triste”.

Decorreu, desde então,
um pouco mais de meio
século e, muita água correu entre os braços dos rios.

Vivi a idade dos porquês
e não foi fácil.
O mundo era,
a meus olhos,
senão a “Feira das Vaidades” a feira das hipocrisias.
Quem me explicava as desigualdades sociais, de género, de raça?
Quem me respondia à pergunta,
Quem sou eu?
De onde vim?
Para onde vou?
Quem me explicava
a fome e a guerra?

E a água dos rios
ia correndo.

Veio a guerra e eu vivi-a,
Veio a morte e eu vivi-a.
Já não perguntava “porquê”
Tinha crescido
e a pergunta era
“porque não”

Os rios levaram as lágrimas até ao mar
e senti a dor do poeta
nas palavras “oh mar salgado quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”.

Mas as lágrimas secaram
A água lavou-me a alma
e o sol brilhou.

As respostas foram chegando.
Continuam as feiras das vaidades e hipocrisias, a fome e a guerra
mas já sei quem sou,
de onde venho,
para onde vou.

Ao olhar as águas dos rios e dos mares,
continuo a lamentar
não ser a poetisa
para desenhar,
com palavras,
a minha alma serena e plena.

E já não existe o “porquê”
ou “porque não”.

Agora existe apenas
“porque sim”

Aluna: Adelina Carvalho

TROVEJAR

Em águas tranquilas eu estou a repousar,
Mas não é sempre assim, o mar pode se agitar.

Um raio, um forte trovão,
arrepios, impulso e inquietação,
A zona de conforto irá se abalar, com o desafio que está a se apresentar.

E o relâmpago está a iluminar,
Toda a escuridão que no céu há ,
e à magia está a ocorrer,
uma fusão, extensão no meu Ser.

Que impacto, provocação,
alterando a estrutura dos átomos, ação e reação.
E a tempestade passa a se formar, chuva e vento,
fúria no ar,

Crenças limitantes deixam de me influencia e os pensamentos passam a outras frequências alcançar.
Ondas gigantes explodem no mar.

Uma força, toma conta de mim.
Energia Yang, frequências afins.

Trovejar estrondoso, vapores a se formar,
Os quatros elementos estão a atuar.
Alquimia na Alma, revigorando o existir,
pulsando em cada célula, viva em mim.

Conscientização, em cada lampejar uma expansão.
O cardíaco poderá de abrir,
liberando energias estagnadas para o fluir.
Um mar de emoções, sintonias, frequências e vibrações.

Metafísica, eu estou a presenciar,
Nesta analogia com a tempestade no mar.

Maremoto, limpeza e purificação,
Eu compreendo a Totalidade Cósmica,
Realização.

O arco-íris está o céu a colorir,
No final da sua instância o equinócio logo irá surgir.
O revigorar da vida, o bem estar, com a chegada da primavera vem o renovar!

Aluna: Aildes Andersen

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *