Escrita e(m) partilha
O tema desta semana é a seguinte imagem:
INVERNO
O inverno é tempo para se recolher,
no interior de nossas casas
e dentro do nosso Ser.Os dias estão a se encurtar
E as 3 horas da tarde
a noite começa a chegar.O frio, a chuva e o vento gelado constantemente a soprar,
E as vezes a neve branca,
que vem suavizar,
toda a escuridão,
que o inverno está a anunciar.Agora está estação eu estou a experienciar.
Dias frios e escuros
Que benefícios nos traz?Eu penso na possibilidade de reflexão,
de ler um bom livro,
De se dedicar aos estudos, recitar os mantras e praticar a meditação.
Aluna: Aildes Andersen
Solitude
Se o ambiente é fruto de percepções,
mais ainda de emoções.
Há um diferencial de alíquotas que nos preenchem,
correndo o risco de transbordar.
O trabalho de conclusão
em verdade é continuo.
Olhar para o que tenho
demora um pouco mais,
um simulador de voo
que se regula.
Inspirado no meu ponto de referência,
parto na minha descoberta
do que está entre a solitude e a solidão…
Dentro deste período haverá um acréscimo de valor para o ser.
Aluna: Carla Santos
BRANCO IMACULADO
É uma janela aberta para alma, que acalma…
Seja o branco da neve ou da flor de jasmim
tudo em mim responde em uníssono, sim!
Branco é a pureza imaculada
que nunca foi maltratada,
são brisas de leite materno quente
num inverno aconchegado de ventre
Sem folhas, despidas de pretensões,
repousam em seus corações,
hibernando a fria meditação
até que surja inspiração…
E então surge a força Primavera
e lá o amor das cores prospera….
São espirais cíclicas, monumentais….
percussões cósmicas batendo certo
melodias de cores múltiplas num céu aberto
Professor: Paulo Vieira
O arco-íris
Cores muitas vemos nas nossas emoções
São uma janela aberta para as nossas sensações
Avermelhadas são as nossas paixões
Ou aversõesAmarelas são as nossas alegrias
Impermanentes e passageiras
E quando o amarelo se desvanece
O branco apareceBranco que nos conduz friamente para a objetividade inerente
Da existência pura
Da serenidade eterna
Que tanto desejamos alcançar
Que tanto buscamos
E que tocamos
Em breves momentos
à medida que o conhecimento vai entrando e perfurandoEntão
Esse branco vai iluminando
A nossa escuridão experiencial
Religando-nos com a visão universalTão pura e simples como o branco
Se descobre ser
Esta existência, consciência e plenitude!
Aluna: Susana Santos
NEVE
Quão díspares são as emoções que me assaltam ao ver-te.
As encostas por ti cobertas parecem
uma noiva
cujos brincos são pingentes de gelo
suspensos dos pinheiros.E são também
páginas em branco
de um livro por escrever,
onde cabem histórias intermináveis.
E são histórias de amor,
de solidão, de alegria, de desamparo e dor.As pegadas que te marcam
contam destinos ou passos perdidos
de quem não tem para onde ir.Há em ti,
anjos desenhados por crianças felizes
a quererem, sem saber,
tocar Deus.Há bonecos de neve
com cachecóis e chapéus garridos,
que as crianças gostariam,
qual Pinóquio,
se tornassem meninos,
esses bonecos.Refletes luzes de Natal
de lares de coração quente, onde uma lareira
acolhe quem chega.E exalto em mim
todo o amor destas histórias projetadas
na tua alva brancura,
neve.Mas tu
também és frio, solidão
e as pegadas dos sem destino são mais fundas,
carregam nos ombros
o peso da noite.E eu sinto,
nos meus ossos,
o frio dos que,
te tendo como cama,
só têm um cobertor de estrelas para os aquecer
e a companhia do uivar dos lobos.A tristeza invade-me
e choro por o meu amor
não bastar para os aquecer nem aliviar a dor.Mas tu, neve
não sintas culpa.Tu és apenas neve.
E eu, entre lágrimas e risos, tristeza e felicidade
bendigo a minha divina humanidade.
Aluna: Adelina Carvalho