Dores de crescimento Paulo Vieira

As dores de crescimento

A maior escola é o universo e a própria vida é a sala de aula. Se viver fosse um contrato de trabalho, então, uma das alíneas seria, obrigatoriamente, o compromisso individual pelo ganho de sabedoria e maturidade.


O ganho de sabedoria e maturidade pressupõe necessariamente duas coisas, honestidade intelectual e honestidade emocional.


Honestidade intelectual é a admissão clara da nossa própria ignorância, para nós mesmos e perante os demais também. Não pretenda aparentar ser mais sábio do que é. Liberte-se da pressão que isso gera de uma vez por todas e seja franco e justo sobre o que sabe e o que não sabe. O processo de encontro desta honestidade dói porque o ego não gosta de se sentir inferior, mesmo quando o é. Esta é uma das dores de crescimento.


Honestidade emocional é a admissão clara das emoções, perante nós mesmos e perante os demais. Esta admissão revela-se muito difícil para as pessoas ditas espirituais e é muito comum no mundo do yoga e da meditação, onde esconder sentimentos e emoções parece ser uma prática geral. Fingem estar tudo bem, quando não está e têm vergonha de admitir que não está. Como é que um professor de yoga irá admitir que está triste e deprimido, quando o que ensina é que somos paz e felicidade?!


Há que sair da visão estereotipada e ser autêntico. A viagem até à autenticidade gera muitas dores de crescimento pois há que encarar a pessoa emocional, que não é agradável e geralmente é escondida.
As pessoas querem crescer, querem tornar-se a melhor versão, querem superar-se, etc. Para tal, é necessário sair da área de conforto e sentir desconforto. Não há outra alternativa. Se deseja crescer, consciencialize-se e convença-se que terá dores de crescimento e que estas fazem parte do processo.

Paulo Abreu Vieira

Professor de Vedanta e Fundador do Centro Arshavidya

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